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Esquemas - Descrição

Esquemas

 

Aqui você vai encontrar uma breve descrição sobre cada um dos 18 esquemas de acordo com o Dr Young.

 

Os 18 esquemas estão agrupados em cinco categorias amplas de necessidades emocionais não satisfeitas a que chamamos "domínios de esquemas".

 

Peço que você leia apenas os esquemas de acordo com a indicação do seu questionário. Eles estão distribuídos nos 5 principais domínios (recomendo ler a descrição do domínio que o esquema faz parte).

 

Objetivo dessa parte do processo é você ler e refletir, e assim, começar a identificar quais os pontos que se conectam com a sua história de vida, ou seja, com sua trajetória e experiências.

 

Domínio I - DESCONEXÃO E REJEIÇÃO

Expectativa de que as necessidades de proteção, segurança, estabilidade, cuidado e empatia, de compartilhar sentimentos e de ser aceito e respeitado não serão satisfeitas de maneira previsível. A origem familiar típica é distante, fria, rejeitadora, refreadora, solitária, impaciente, imprevisível e abusiva.

Abandono / Instabilidade

Desconfiança / Abuso

Privação Emocional

Defectividade / Vergonha

Isolamento Social / Alienação

 

Domínio II - AUTONOMIA E DESEMPENHO PREJUDICADOS

Expectativas sobre si mesmo e sobre o ambiente que interfere na própria percepção da capacidade de se separar, sobreviver, funcionar de forma independente ou ter bom desempenho. A família de origem costuma ter funcionamento emaranhado, solapando a confiança da criança, superprotegendo ou não estimulando a criança para que tenha um desempenho competente extra-familiar.

Dependência / Incompetência

Vulnerabilidade ao dano ou à doença

Emaranhamento / Self subdesenvolvido

Fracasso

Domínio III - LIMITES PREJUDICADOS

Deficiência em limites internos, responsabilidade para com outros indivíduos ou orientação para objetivos de longo prazo. Leva a dificuldades de respeitar os direitos alheios, cooperar com outros, estabelecer compromissos ou definir e cumprir objetivos pessoais realistas. A origem familiar típica caracteriza-se por permissividade, excesso de tolerância, falta de orientação ou sensação de superioridade, em lugar de confrontação, disciplina e limites adequados em relação a assumir responsabilidades, cooperar de forma recíproca e definir objetivos. Em alguns casos, a criança pode não ter sido estimulada a tolerar níveis normais de desconforto e nem ter recebido supervisão, direção ou orientação adequadas.

Arrogo / Grandiosidade

Autocontrole / Autodisciplina Insuficientes

Domínio IV - DIRECIONAMENTO PARA O OUTRO

Foco excessivo nos desejos, sentimentos e solicitações dos outros, à custa de das próprias necessidades, para obter aprovação, manter o senso de conexão e evitar retaliação. Geralmente, envolve a supressão e a falta de consciência com relação à própria raiva e às próprias inclinações naturais. A origem familiar típica caracteriza-se pela aceitação condicional: as crianças devem suprimir importantes aspectos de si mesmas para receber amor, atenção e aprovação. Em muitas famílias desse tipo, as necessidades emocionais e os desejos dos pais - ou sua aceitação social e seu status - são valorizados mais do que as necessidades e sentimentos de cada filho.

Subjugação

Autossacrifício

Busca de Aprovação / Reconhecimento

Domínio V - SUPERVIGILÂNCIA E INIBIÇÃO

Ênfase excessiva na supressão dos próprios sentimentos, impulsos e escolhas espontâneas, ou no cumprimento de regras e expectativas internalizadas e rígidas sobre desempenho e comportamento ético, à custa da felicidade, autoexpressão, descuido com os relacionamentos íntimos ou com a saúde. A origem familiar típica é severa, exigente e, às vezes, punitiva: desempenho, dever, perfeccionismo, cumprimento de normas, ocultação de emoções e evitação de erros predominam sobre o prazer, sobre a alegria e sobre o relaxamento. Geralmente, há pessimismo subjacente e preocupação de que as coisas desabarão se não houver vigilância e cuidado o tempo todo.

Negativismo / Pessimismo

Inibição Emocional

Padrões Inflexíveis / Postura Crítica Exagerada

Postura Punitiva

Abandono / Instabilidade

 

Percepção de que os outros com quem poderia se relacionar são instáveis e indignos de confiança.

Envolve a sensação de que pessoas importantes não serão capazes de continuar proporcionando apoio emocional, ligação, força ou proteção prática porque seriam emocionalmente instáveis e imprevisíveis (por exemplo, têm ataques de raiva), não mereceriam confiança ou só estariam presentes de forma errática; porque morreriam a qualquer momento ou iriam abandoná-lo por outra pessoa melhor.

 

Desconfiança / Abuso

 

Expectativa de que os outros irão machucar, abusar, humilhar, enganar, mentir, manipular ou aproveitar-se. Geralmente envolve a percepção de que o prejuízo é intencional ou resultado de negligência injustificada ou extrema. Pode incluir a sensação de que sempre se acaba sendo enganado por outros ou "levando a pior".

 

Privação Emocional

 

Expectativa de que o desejo de ter um grau adequado de apoio emocional não será satisfeito adequadamente pelos outros. As três formas mais importantes de privação são:

  1. Privação de cuidados: ausência de atenção, afeto, carinho ou companheirismo.

  2. Privação de empatia: ausência de compreensão, de escuta, de uma postura aberta ou de compartilhamento mútuo de sentimentos.

  3. Privação de proteção: ausência de força, direção ou orientação por parte de outros.

 

Defectividade / Vergonha

 

Sentimento de que é defectivo, falho, mau, indesejado, inferior ou inválido em aspectos importantes, ou de não merecer o amor de pessoas importantes quando está em contato com elas.

Podem envolver hipersensibilidade à crítica, rejeição e postura acusatória; constrangimento, comparações e insegurança quando se está junto de outros, ou vergonha dos efeitos percebidos. Essas falhas podem ser privadas (como egoísmo, impulsos de raiva, desejos sexuais inaceitáveis) ou públicas (como aparência física indesejável, inadequação social).

 

Isolamento Social / Alienação

 

Sentimento de que se está isolado do resto do mundo, de que se é diferente das outras pessoas e/ou de não pertencer a qualquer grupo ou comunidade.

Dependência / Incompetência

 

Crença de que se é incapaz de dar conta das responsabilidades cotidianas de forma competente sem considerável ajuda alheia (por exemplo, cuidar de si mesmo, resolver problemas do dia-a-dia, exercer a capacidade de discernimento, cumprir novas tarefas, tomar decisões adequadas). Com frequência, apresenta-se como desamparo.

 

Vulnerabilidade ao dano ou à doença

 

Medo exagerado de que uma catástrofe iminente cairá sobre si a qualquer momento e de que não há como impedir. O medo se dirige a um ou mais dos seguintes:

  1. catástrofes em termos de saúde (ataques do coração, AIDS, etc);

  2. catástrofes emocionais (enlouquecer, por exemplo);

  3. catástrofes externas (queda de elevadores, ataques criminosos, desastres de avião, terremotos).

 

Emaranhamento / Self subdesenvolvido

 

Envolvimento emocional e intimidade em excesso com uma ou mais pessoas importantes (com frequência, os pais), dificultando a individuação integral e desenvolvimento social normal.

Muitas vezes, envolve a crença de que ao menos um dos indivíduos emaranhados não consegue sobreviver ou ser feliz sem o apoio constante do outro. Pode também incluir sentimentos de ser sufocado ou fundido com outras pessoas e de não ter uma identidade individual suficiente. Com frequência, é vivenciado como sentimento de vazio e fracasso totais, de não haver direção e, em casos extremos, de questionar a própria existência.

 

Fracasso

 

Crença de que fracassou, de que fracassará inevitavelmente ou de que é inadequado em relação aos colegas em conquistas (escola, trabalho, esportes, etc).

Costuma envolver a crença de que é burro, inepto, sem talento, inferior, menos exitoso do que os outros, e assim por diante.

Arrogo / Grandiosidade

 

Crença de que é superior a outras pessoas, de que tem direitos e privilégios especiais, ou de que não está sujeito às regras de reciprocidade que guiam a interação social normal.

Envolve a insistência de que se deveria poder fazer tudo que se queira, independentemente da realidade, do que outros consideram razoável ou do custo a outras pessoas. Tem a ver com o foco exagerado na superioridade (estar entre os mais bem sucedidos, famosos, ricos) para atingir poder ou controle (e não principalmente para obter atenção ou aprovação). Às vezes, inclui competitividade excessiva ou dominação em relação a outros: afirmar o próprio poder, forçar o próprio ponto de vista ou controlar o comportamento de outros segundo os próprios desejos, sem empatia ou preocupação com as necessidades ou desejos dos outros.

 

Autocontrole / Autodisciplina Insuficientes

 

Dificuldade ou recusa a exercer autocontrole e tolerância à frustração com relação aos próprios objetivos ou a limitar a expressão excessiva das próprias emoções e impulsos. Em sua forma mais leve, o paciente apresenta ênfase exagerada na evitação de desconforto: evitando dor, conflito, confrontação e responsabilidade , à custa da realização pessoal, comprometimento ou integridade.

Subjugação

 

Submissão excessiva ao controle dos outros, por sentir-se coagido, submetendo-se para evitar a raiva, a retaliação e o abandono.

As duas principais formas são:

 

  1. subjugação das necessidades: supressão das próprias preferências, decisões e desejos.

  2. subjugação das emoções: supressão de emoções, principalmente a raiva.

 

Envolve a percepção de que os próprios desejos, opiniões e sentimentos não são válidos ou importantes para os outros. Apresenta-se como obediência excessiva, combinada com hipersensibilidade a sentir-se preso. Costuma levar a aumento da raiva, manifestada em sintomas desadaptativos (como comportamento passivo-agressivo, explosões de descontrole, sintomas psicossomáticos, retirada do afeto, "atuação", uso excessivo de álcool ou drogas.

 

Autossacrifício

 

Foco excessivo no cumprimento voluntário das necessidades de outras pessoas em situações cotidianas, à custa da própria gratificação.

As razões mais comuns são: não causar sofrimento a outros, evitar culpa por se sentir egoísta ou manter a conexão com outros percebidos como carentes. Muitas vezes, resulta de uma sensibilidade intensa ao sofrimento alheio. Às vezes, leva uma sensação de que as próprias necessidades não estão sendo adequadamente satisfeitas e a ressentimento em relação àqueles que estão sendo cuidados.

 

Busca de Aprovação / Reconhecimento

 

Ênfase excessiva na obtenção de aprovação, reconhecimento ou atenção de outras pessoas, ou no próprio enquadramento, à custa do desenvolvimento de um senso de self seguro e verdadeiro.

A autoestima depende principalmente das reações alheias, em lugar das próprias inclinações naturais.

Por vezes, inclui uma ênfase exagerada em status, aparência, aceitação social, dinheiro ou realizações como forma de obter aprovação, admiração ou atenção (não principalmente em função de poder ou controle). Com frequência, resulta em importantes decisões não-autênticas nem satisfatórias, ou em  hipersensibilidade à rejeição.

Negativismo / Pessimismo

 

Foco generalizado, que dura toda a vida, nos aspectos negativos (sofrimento, morte, perda, decepção, conflito, culpa, ressentimento, problemas não resolvidos, erros potenciais, traição, algo que pode dar errado, etc), enquanto se minimizam ou negligenciam os aspectos positivos ou otimistas.

Costuma incluir uma expectativa exagerada - em uma ampla gama de situações profissionais, financeiras ou interpessoais - de que algo vai acabar dando muito errado ou que aspectos da própria vida que parecem ir muito bem acabarão por desabar. Envolve um medo exagerado de cometer erros que podem levar ao colapso financeiro, perda, humilhação ou a se ver preso em uma situação ruim. Como exageram os resultados negativos potenciais, essas pessoas costumam se caracterizar por preocupação, vigilância, queixas ou indecisão crônicas.

 

Inibição Emocional

 

Inibição excessiva da ação, dos sentimentos ou da comunicação espontâneos, em geral para evitar a desaprovação alheia, sentimentos de vergonha ou de perda de controle dos próprios impulsos.

As áreas mais comuns da inibição envolvem: (a) inibição da raiva e da agressão; (b)  inibição de impulsos positivos (por exemplo: alegria, afeto, excitação sexual e brincadeira); (c) dificuldade de expressar vulnerabilidade ou comunicar livremente seus sentimentos, necessidades e assim por diante; (d) ênfase excessiva na racionalidade, ao mesmo tempo em que se desconsideram emoções.

 

Padrões Inflexíveis / Postura Crítica Exagerada

 

Crença subjacente de que se deve fazer um grande esforço para atingir elevados padrões internalizados de comportamento e desempenho, via de regra para evitar críticas.

Costuma resultar em sentimentos de pressão ou dificuldade de relaxar e em posturas críticas exageradas com relação a si mesmo e a outros. Deve envolver importante prejuízo do prazer, do relaxamento, da saúde, da autoestima, da sensação de realização ou de relacionamentos satisfatórios.

Os padrões inflexíveis geralmente se apresentam como: (a) perfeccionismo, atenção exagerada a detalhes ou subestimação de quão bom é seu desempenho em relação à norma; (b) regras rígidas e ideias de como as coisas "deveriam" ser em muitas áreas da vida, incluindo preceitos morais, éticos, culturais e religiosos elevados, fora da realidade; (c) preocupação com tempo e eficiência, necessidade de fazer sempre mais do que se faz.

 

Postura Punitiva

 

Crença de que as pessoas devem ser punidas com severidade quando cometem erros.

Envolve a tendência a estar com raiva e a ser intolerante, punitivo e impaciente com aqueles (incluindo a si próprio) que não correspondem às suas expectativas ou padrões. Via de regra, inclui dificuldades de perdoar os próprios erros, bem como os alheios, em função de uma relutância a considerar circunstâncias atenuantes, permitir a imperfeição humana ou empatizar com sentimentos.

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